21 de novembro de 2010

Logomania

Deitada, assim, meio sem nada pra fazer. Bate uma vontade louca de escrever.
Mas, escrever sobre o que?

Sobre a última (e ainda presente) decepção amorosa? Sobre o fato de ter tomado uma decisão que mudará minha vida?

Queria que essas palavras fossem mais que letras mal escritas num pedaço de papel cheio de linhas.

Queria que minhas palavras que minhas palavras pudessem ser carregadas pelos quatro ventos, enchesse os ouvidos e as almas das pessoas que, porventura, ouvisse minhas histórias.

Mais que histórias... Sentimentos, ideologias, prazeres... Minha vida sendo contada bem diante dos meus olhos. Palavras sendo formadas sem que eu ao menos me desse pare para perceber.

Não tão importante pra quem lê, mas um longo e prazeroso caso de amor para quem escreve.

Que põe toda sua intimidade no papel em troca de.... Em troca de nada, na verdade.

Escrevo pelo simples prazer de escrever. De sentir, mesmo sem falar, que a garganta sangra com tantas palavras.

Escrevo, então, sobre escrever. Sobre me entregar totalmente aqui, agora, como nunca o fiz antes.

13 de novembro de 2010

Na verdade...


Já escrevi muitos poemas. Na verdade, já não quero mais.
Cansada de escrever poemas.
Poemas cheios de rimas.
De palavras pensadas, analisadas. Tentando (só tentando) traduzir sentimentos.

Meus sentimentos são mais profundos.
Mais do que rimas sem sentido.
Talvez devesse realmente parar de rimar. Coisas metódicas já não fazem mais sentido na minha mente confusa e cheia de planos.

Aliás, mente que já está tão cheia de coisas, que não consegue pensar. Na verdade só pensa em você. Na vontade de gritar, falar, chorar. Tudo para me ouvir.
Não consegue entender meus sinais. Meus olhos.

Não vê meus olhos marejados (ou prefere não ver). Não percebe que meus olhos sabem de histórias que não me conta mais. Que nunca me contou, na verdade.
Que talvez tenha medo de me contar. Medo não sei de que, se não me ama.
Me ama, na verdade. Não sei se da mesma maneira. Talvez. (ou não?)

Já cansei de histórias, na verdade. E da tua boca não ouço nada.

E tua insistência em algo que nunca existiu fica. Fica e não passa. Não me deixa respirar, não me deixa falar.
E fica, na verdade.